sábado, 25 de abril de 2020

DEIXAR PARA TRÁS


A sua dificuldade de ir adiante em planos e projetos estará sempre ligada ao esforço em abandonar lembranças e práticas prejudiciais ao bom andamento da sua vida. Desenvolvendo-se esta capacidade é possível mudar a forma de compreender o mundo, passando por um processo de transformação do entendimento, capaz de impulsionar pessoas a seguirem em direção a um novo tempo e uma nova história.


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Observando pessoas e suas dificuldades nota-se uma forte batalha para deixar de lado fatos do passado, palavras ditas há muitos anos, assim como itens materiais capazes de trazer danos à vida financeira e pessoal.

Pessoas presas ao passado, literalmente têm presas em seus corpos verdadeiras âncoras capazes de tornar a vida mais difícil e pesada. Com isto, o esforço de anos em gerar novidades, reflete-se em um grande vácuo, causador de tristezas, medo, repulsas, ódio, depressão e até mesmo o temido desejo de morte, que tem assolado tantos cristãos nos últimos anos.

A Sagrada Escritura oferece, ao longo do cânon, vasta informação sobre como agir nestes casos, demonstrando em seu conjunto importante preocupação com esta situação.

A todos os interessados, ler e aprender sobre este assunto reflete-se de forma primordial na manutenção da saúde emocional e espiritual, assim como dá subsídios para os passos em direção a novos horizontes.

Para aprofundar o conhecimento neste tema, sugerimos como base, a leitura do texto a seguir

FILIPENSES 3.13-14 – Irmãos, não penso eu mesmo que já o tenho alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, afim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.

Já em 1519 o conquistador espanhol Hernán Cortés de Monroy, quando de uma das suas maiores conquistas, o centro do território onde hoje é o México, observando todas as dificuldades e desafios postos à sua frente e de seus homens, disse à celebre frase: Queimem o navio. Não há caminho de volta!

Pessoas preparadas tem a forte tendência de olhar para frente e não permitir situações passadas interferirem negativamente no seu presente. Trata-se, entretanto, de uma habilidade e não de um dom, o que, a partir desta premissa pode-se compreender como uma funcionalidade pessoal, psicológica e espiritual disponível para todos.

Dois passos para novos territórios
Observando a história bíblica, nota-se com clareza que Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio (2ª Timóteo 1.7). Por este motivo, Ele sempre envia o seu povo, ou os seus homens escolhidos para algum lugar ou em alguma direção, sempre quando deseja criar novos rumos ou novas histórias na vida da humanidade.

A vida cristã, no seu desenrolar, envolve aprender a deixar para trás as coisas antigas, cujos efeitos já se concluíram ou não ocorreram como esperado, e logo após isto, partir em direção a um determinado alvo a ser conquistado em qualquer uma das áreas da vida humana.

O termo (άμαρτία) harmatia de onde tem origem a Harmatiologia que é a doutrina do pecado, tem como significado “errar o alvo”. Assim, ao tentar criar efeitos ou construir sem chegar ao ponto final, erra-se o alvo. Evidentemente, o simples fato de não atingir os objetivos esperados não se pode configurar como uma hamartia, entretanto insistir nestas incongruentes tentativas, certamente refletir-se-á como tal.

O processo de transformação
Em sua segunda carta à igreja de Corintos, assim disse o apóstolo Paulo: Pelo que se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo (2ª Coríntios 5.17). Neste texto, bastante conhecido, encontra-se o processo de transformação capaz de revigorar forças e impulsionar a vida em direção aos novos alvos espirituais, físicos, mentais e financeiros.

Abandonar as velhas práticas
Se você faz a mesma coisa há muito tempo e até hoje não deu funcionou, certamente está fazendo errado! Todas as vezes quando Deus parou o seu povo, de alguma forma foi para corrigí-lo em alguma situação desagradável. Ele programou a vida para evoluir em todos os sentidos e não para permanecer estagnada.

Neste quesito é necessário avaliar a vida dentro e fora do âmbito cristão. Se as suas orações não tem sido respondidas, é momento de mudá-las, se o seu ministério não tem progredido como deveria, é momento de repensá-lo, se a sua família não tem compreendido o seu sacerdócio familiar, é hora de modificar a forma como você o tem aplicado pois se tendo escapado das contaminações do mundo por meio do conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, encontram-se novamente nelas enredados e por ela dominados, estão em pior estado do que no princípio (2ª Timóteo 2.20).

Se você tem buscado realizar projetos pessoais e as suas atitudes têm sido desastrosas, sem correspondência com as expectativas, é tão necessário-quanto, redarguir os pensamentos, observar melhor as atitudes e partir para novas estratégias com foco em realizações e não apenas em projeções. Mentes travadas são sérias candidatas ao fracasso, desânimo e abandono espiritual.

Não substitua a prática por religiosidade
A religiosidade tem sido uma âncora na vida dos cristãos. No Brasil, somos fruto do triângulo “casa grande – capela – senzala”, de onde se originam idiossincrasias espirituais sempre danosas e sem nenhum conteúdo salvífico. Nisto, observam-se pessoas de muito bom coração, porém travadas nos seus propósitos, por se fazerem ou serem levadas a serem vítimas da religiosidade.

A mudança efetiva dos paradigmas travados dependem da sua compreensão como uma nova criatura, e não como um novo crente, afinal de contas (...) nem a circuncisão, nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura (Gálatas 6.15).

É necessário compreender-se como um ser a partir de Cristo e não com Cristo apenas. Todos podem estar com Cristo, mas nem todos poderão viver a partir de Cristo. Como ser espiritual é preciso declarar com verdade no coração todos os dias: Já estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu mas Cristo vivem em Mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou e se entregou por mim (Gálatas 2.20).

Há uma forte tendência de crescimento sobre todas as pessoas portadoras do verdadeiro Espírito de Deus, porém este mesmo Espírito exige uma postura de força em relação a marchar, não desistir e obedecer. Não sejamos como a esposa de Ló em Gênesis 19.26 que olhando para trás condenou-se a passar a  eternidade voltada ao passado.

O que devemos deixar para trás
A humanidade criou o hábito de se apropriar de tudo e de todos como forma de expressar, particularmente, uma forma de crescimento, quer seja ele físico ou espiritual. Com isso a dificuldade em desligar-se de algumas coisas, deixando-as de lado, e partir para novas histórias, é sempre um embate bastante difícil para qualquer pessoa, mesmo sendo bem preparada.

A seguir, enumeramos quatro importantes fatores ou atitudes que, se bem tratados, ou por vezes, deixados de lado, serão fontes poderosas de crescimento para a sua vida e a de todos à sua volta.

É preciso abandonar as trevas
O texto em Romanos 13.12 diz – “A noite está quase acabando, o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz. (trocar as vestes!)

Este texto nos remete a um período sombrio (noite), onde muitos cristãos e não cristãos estão submersos. Um tempo de desilusões, sentimentos depressivos, falta de apetites em todos os sentidos, e a convicção interiorizada da impossibilidade de ir adiante. Porém, o texto é cirúrgico quando diz: “Deixemos de lado as obras das trevas”, mostrando claramente o norte para modificar situações estagnadas e negativas atuantes na vida do ser humano.

Não só isto, o texto também aponta para a necessidade de possuir um novo revestimento, “a armadura da luz”, aquela encontrada em Efésios 6 e que na sua plenitude é capaz de proteger o indivíduo das setas inflamados do inimigo.

Abandonar as trevas não é uma sugestão, é uma missão imposta a todos para seguirem rumo a um caminho de sucesso em suas vidas. Portanto, faça isto, o mais rápido possível. Lute para modificar áreas travadas da sua vida, por vezes cobertas por nuvens escuras e noites sombrias.

Certamente, a partir desta atitude, Deus abrirá portas poderosas, destravando áreas antes ocultas na sua vida e capazes de gerar grandes resultados práticos na sua vida em todos os sentidos.

É preciso abandonar a mentira
Uma das grandes dificuldades do ser humano é admitir as suas fraquezas e dificuldades. Em geral as pessoas constroem mundos míticos em volta de si, expandindo-os para uma realidade perceptível aos olhos de todos. O fato, é que estas realidades não deixam de ser míticas por parecerem reais, e tal e qual em um teatro, haverá um momento, onde as cortinas serão fechadas e a maquiagem terá de ser retirada. Neste ponto, olhar no espelho e enfrentar a realidade é sempre muito doloroso, em especial para quem apropriou-se de uma existência teatral, até para os mais próximos.

O texto em Efésios 4.25 diz – Pelo que deixai a mentira e falai a verdade, cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Não há outro caminho senão o da verdade. Ele é o caminho estreito, exatamente por ser mais difícil, porém é o único capaz de levar à salvação eterna e a mudança paradigmática em relação a tudo e todos em seus relacionamentos. Por isto mesmo, Seja porém o vosso falar: Sim, sim; não, não, pois o que passa dai vem do maligno. (Mateus 5.37).

Assuma o controle da língua
Controlar a língua é equivalente a controlar a alma. Quem consegue obter domínio sobre o que fala, demonstra capacidade religiosa verdadeira e acima da média, pois “Se alguém cuida de ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã (Tiago 1.26). Sendo assim “Evite as conversas inúteis, profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade, 17 o ensino deles se alastra como câncer... (2ª Timóteo 2.16-17)”.

Não existe pecado em amar os dias atuais. Fomos programados e criados para viver este mundo onde estamos, assim como trilhar o caminho da eternidade. Desta forma, é preciso aprender a amar os dias atuais e multiplicar este amor sobre os que não o tem, demonstrando claramente que “Quem quer amar a vida, e ver os dias bons, deve refrear a sua língua do mal, e não permitir os seus lábios falarem engano (1ª Pedro 3.10).

Deixar as mágoas (Facas nas suas costas...)
Não há ser humano sem uma carga de sofrimento, sendo possível apenas diferenciar estar cargas entre maiores e menores. Ao longo da vida os traumas surgem como fontes de programação neuropsíquica, atuando diretamente sobre a alma do indivíduo. São exatamente os traumas as ferramentas encontradas pelo organismo para criar as defesas mentais e espirituais em momentos de estresse, perigo ou outros sentimentos aflorados.

Como se sabe, “a diferença entre o remédio e o veneno é apenas a dose”, então quando mágoas (traumas) revelam-se superiores à capacidade de autocontrole, ao invés de fazerem bem, acabam por gerar consideráveis prejuízos à vida.

Estas são as palavras inesquecidas, os traumas recorrentes e os ecos de uma vida, por vezes repleta de dificuldades, insuperáveis para um determinado padrão espiritual ou raciociniológico, configurando-se como verdadeiras facas cravadas nas costas de vidas sofredores, incapazes de conviver com a dor exacerbada nos seus corações.

Perdoar é o caminho, esquecer é a solução. O texto em Mateus 5.38-39 é muito objetivo quando diz: “Vocês ouviram o que foi dito: olho por olho, e dente por dente, mas eu lhes digo, não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.

ASSIM SEREMOS MAIS QUE VENCEDORES
ROMANOS 8.37-38 – Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura e nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Siga os passos deste estudo, ore sempre com fé em busca da direção certa, absorva os aprendizados e certamente a sua vida o levará a uma vida transcendente a vitória.

Você aportará em um ambiente de paz, e regozijo, tal e qual como se o podium da vitória estivesse 24 horas disponível.

Seja livre! Seja mais que vencedor deixando para trás o que prejudicava a sua vida e olhando para o grande futuro reservado por Deus para você.

Pr. Altamir de Souza.
Na visão de multidões.

segunda-feira, 9 de março de 2020

O OLHAR DE FÉ


Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha vida eterna (Jo 3.14-15)

Recém libertos da escravidão no Egito, alguns anos após terem presenciado milagres extraordinários da parte do Senhor, o povo hebreu já não tinha mais o mesmo ânimo.  A caminhada era longa demais e para alguns parecia estarem retornando ao Mar Vermelho, pois nitidamente a vida estava dando voltas. O resultado, não poderia ser outro: Reclamação, murmuração e arrependimento.



Apesar deste texto possuir milhares de anos é bem possível aplicá-lo ao cotidiano de muitas pessoas, envoltas nos mais diversos afazeres do dia a dia. Pessoas que ao longo de suas vidas caminham dando voltas em busca de uma bênção demorada, suada e por vezes, inatingível aos olhos humanos.

Saber esperar não é a característica mais comum às pessoas. A atualidade nos ensinou a viver tudo rapidamente. Nós pedimos e as coisas chegam, nós perguntamos ao computador, ou ao celular e ele responde com uma facilidade quase humilhante. Não arrumamos mais os nossos aparelhos, nós simplesmente os substituímos por outros, mais rápidos, melhores, ou às vezes só mais bonitos mesmo, tornado a espera literalmente fora de moda para a atualidade.

A questão é, como você reage diante de uma benção ainda não cumprida em sua vida? Quais os aspectos emocionais, espirituais e físicos tornam-se relevantes diante de uma situação onde as suas orações petitórias ainda não se cumpriram?

Talvez não seja necessário esperar muito para responder, nem mesmo ter o dom da revelação. Praticamente a totalidade dos casos nesta situação acabam da mesma forma, tal e qual povo de Deus no deserto: Reclamação, murmuração e arrependimento.

Reclama-se com todos, murmura-se contra Deus e o arrependimento fica estampado no rosto de pessoas cuja esperança comportamental era outra bem diferente, afinal, de um jeito ou de outro todas já puderam ver o poder salvífico de Jesus operar na sua vida.

Para dar sequência a este devocional, sugerimos a leitura do texto bíblico a seguir:
Números 21.4-9

A serpente de bronze

Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho 5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável!” 6 Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram 7  O povo foi a Moisés e disse: “Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós”. E Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse a Moisés: “Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste, quem for mordido e olhar para ela viverá”. 9 Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo.

Conforme observamos em Números 21.4-5 – “...o povo ficou impaciente no caminho, e falou contra Deus e contra Moisés”. O texto nos dá três pontos importantes a serem estudados e os seus resultados.

O povo ficou impaciente no caminho
A impaciência do povo hebreu ocorreu no meio de uma caminhada, demonstrando uma ansiedade exagerada, característica muito comum às pessoas na atualidade. A ansiedade tem sido um problema de grandes proporções, gerando mudanças de plano no meio dos projetos, quando na realidade Deus espera de todos a conclusão dos projetos estabelecidos no coração. Esta mudança reflete uma fraqueza espiritual contrária ao texto de Isaias 41.10 quando diz: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei com a minha mão direita vitoriosa”.

Deus espera de você uma demonstração de força e não de fraqueza. Gloriar-se diante dos enfrentamentos diários é uma maneira de demonstrar ao mundo espiritual um alta capacidade de absorção e retorsão, demonstrando autonomia para vencer obtstáculos e não só isto, mas também, nos gloriamos nas próprias tribulações sabendo que a tribulação produz perseverança (Romanos 5.3), outra característica de grandes proporções para a obtenção de resultados práticos na vida cristã.

O povo falou contra Deus
Momentos de estresse durante a caminhada são uma fonte diversificada de murmurações contra Deus. Pessoas estressadas no desenrolar (ou enrolar...) da sua vida e sem as travas comportamentais bem fortificadas diante de aprendizado, evolução e espiritualidade são useiras e vezeiras em reclamar contra Deus como se este fosse o verdadeiro culpado das suas angústias, dos seus insucessos, e das suas lutas cotidianas. Ora. Para aqueles que foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderás da era que há de vir, e caíram, é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento; pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública (Hebreus 6.4-6), sendo assim torna-se clara a contraposição ao projeto divino para a vida de qualquer um agindo desta forma.

O povo falou contra Moisés
O texto histórico de Atos dos Apóstolos, capítulo 7 nos ensina algo sobre a preparação de Moisés, não revelado no Tanach (A.T.). O versículo vinte e três informa que ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas, evidenciando o período quarentenário de preparação pelo qual passou o escolhido do Senhor até ser usado por Ele. Neste período, Moisés esteve no palácio do faraó, aprendendo sobre todas as matérias e ciências de ponta da época, sendo, portanto, um homem de conhecimento elevado entre os mais altos níveis entre os sábios da época.

Já o versículo trinta informa que passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai, evidenciando um segundo quarentenário onde ocorreu a chamada de Moisés para o trabalho de conduzir o povo de Deus até a terra de Canaã. Note já se passarem até então oitenta anos.

Por fim, o versículo trinta e seis finaliza a saga dizendo: Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos. Ou seja, aqui somam-se mais quarenta anos utilizando de larga experiência para conduzir aquele povo pelo deserto e perfazendo um total de cento e vinte anos de labuta.

E não é que o povo reclamou mesmo assim!? Mesmo diante da experiência e sabedoria dada a Moisés, o povo não deixou de reclamar do seu líder e até mesmo tentar destituí-lo da sua posição.

Talvez você já tenha visto algo semelhante no seu trabalho, na sua casa ou quem sabe no seu ministério não é verdade? Uma pessoa experiente no comando, preparada durante um bom tempo se coloca na brecha para ajudar a conduzir um determinado grupo, entretanto, ao primeiro sinal de dificuldade, as pessoas ao seu redor, levantam-se contra com toda a força, como se este fosse o único responsável por todas as dificuldades.

O resultado
O texto em Números 21.6 diz: “Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram”. Definitivamente Deus pesou a mão sobre o próprio povo por terem quebrado a aliança de obediência e fé estabelecida por Ele como condição para a chegada na terra da promessa. Muitas pessoas morreram, outros chegaram à beira da morte causando verdadeiro terror sobre todas as famílias do arraial.

Este é o risco da reclamação, murmuração e arrependimento por estar no caminho com o Senhor. Projetos parados no meio do caminho por consequências geradas por você mesmo e não pelos outros. Alias, fator importante para meditação e pouco difundido nos dias de hoje é a necessidade do cristão fazer a sua autoanálise sem abrandar o julgamento porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados, mas quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor para não sermos condenados com o mundo (1ª Coríntios 11.31-32), e veja se não exatamente por causa disso, que há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (1. Coríntios 11.30)?

Mas e agora que o caldo entornou?
Dura tarefa é aplacar a ira do Senhor, e por este motivo devemos declarar: Senhor, não me castigues na tua ira, nem me disciplines no teu furor. Misericórdia Senhor, pois vou desfalecendo! Cura-me, Senhor, pois os meus ossos tremem: todo o meu ser estremece. (Salmo 6.1-2). Entretanto, por vezes o problema já ocorreu, você por algum motivo reclamou, murmurou ou arrependeu-se no meio do caminho, e agora as coisas estão complicadas. Deus não tem ouvido as suas orações, e literalmente o sentimento é de que Ele está de costas para a sua vida e todos os seus à sua volta.

O que fazer neste momento, qual providência tomar para relativizar, eliminar e curar estas feridas espirituais, emocionais e pessoais trazidas em torno de um furor comportamental adverso ao exigido pelas Escrituras?

Naquela ocasião “o povo foi a Moisés e disse: “Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós”. E Moisés orou pelo povo (Números 21.7)e para a nossa (e talvez a sua) atualidade a realidade não poderia ser outra: A oração focada é o melhor caminho para solucionar esta pendência na sua vida, sacar você desta situação e abrir os portais para a continuidade de uma caminhada de vitórias.

Logo após a oração de Moisés, o Senhor apontou uma solução para o problema, fazendo perceber ao seu povo que nem tudo estava perdido, mesmo diante de atitudes tão soberbas e distantes do ideal, afinal de contas, Deus amava aquele povo, assim como Ele também ama você sua família e todos em torno do seu oikos. Não duvidar deste amor é essencial para destruir as armadilhas impostas pelo inimigo sem, contudo, ser envolvido por elas.

“Eleve” os seus problemas a Deus


Ouvindo a oração “o Senhor disse a Moisés: ‘Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste, quem for mordido e olhar para ela viverá’”. Um texto pequeno, porém repleto de sabedoria para a sua vida. Em poucas palavras Deus estava dando uma ordem ao seu povo para exporem seus pecados, olhando para eles desavergonhadamente. Exatamente por isto, no alto de um poste, é onde estava assentada a serpente dentro desta significância.

Ao olharem para a serpente e contemplarem a forma do seu pecado, Deus também notava a capacidade dos seus filhos de os assumirem e assim curava-os, mediante a sua fé. Veja se esta não é a simbologia dos dias atuais. É preciso, de todas as formas elevar os seus mais profundos sentimentos e pensamentos, destoantes da palavra, ao Senhor dando a Ele condições de lhe ouvir, deliberadamente, e a partir daí, promover a cura de sentimentos, pensamentos e atitudes. Naquela oportunidade Deus mostrou exatamente como atuar naquela situação no deserto, tal e qual anuncia, nos dias atuais, como deve-se fazer para escapar da morte espiritual, e eterna.

A humanidade foi picada por uma serpente chamada satanás e consequentemente, tornou-se envenenada pelo pecado, que tanto desagrada a Deus. Não se pode negar esta situação mesmo estando dentro de um ambiente protegido como a igreja, pois sabemos existir este veneno dentro e fora dela. Porém, sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto e não só isso, mas nós mesmos que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo (Romanos 8.23), afinal de contas não foram apenas os de fora da igreja pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3.23).

Jesus Cristo veio ao mundo e anunciou ter sido enviado por Deus para curar a todos os que para ele olhassem com fé, sendo estes justificados gratuitamente pela sua graça por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Definitivamente Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça (...) (Romanos 3.25). Tal e qual a serpente de bronze no deserto, Ele foi levantado e pregado numa cruz, para os seus filhos não morrerem mais. Crer e aceitar isto é primordial para uma vida de excelência cristã e um padrão salvífico familiar e pessoal.

Você acredita?
É necessário olhar com fé, para Jesus. É necessário, portanto, fitar nEle os seus olhos, demonstrando o arrependimento eficaz e definitivo por todos os erros cometidos ao longo da vida. Se você fizer isto, renunciado a si mesmo e buscando a cura e o perdão em Cristo, certamente terá uma nova vida tanto na terra como nos céus. Não há como escapar da morte, em todos os sentidos, sem um olhar sincero para Jesus, assim como, sem demonstrar claramente os nossos erros e falhas, tendo a plena fé na cura exponencial a partir do Único capaz de propor e cumprir com a vida eterna adiante, e a vida plena na atualidade.

Pr. Altamir de Souza | 2020
Na visão de multidões

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