TEXTO BÍBLICO – Lucas 22.31-34
“Simão, Simão, Satanás pediu vocês
para peneirá-los como trigo. 32 Mas eu orei por você,
para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça seus
irmãos. 33 Mas ele respondeu:
Estou pronto para ir contigo para a prisão e para a morte. 34 Eu lhe digo, Pedro, que antes que o
galo cante hoje, três vezes você negará que me conhece”.
(Introdução) O sol brilha forte em um
início de manhã, pelas bandas da Galiléia, conforme detalha Lucas, o médico, no seu capítulo 5, o Messias está chegando perto do lago de Genesaré, uma grande multidão o
comprimia de todos os lados para ouvir a sua palavra. As coisas estavam
conturbadas pois o apóstolo João encontrava-se preso por pregar o evangelho e
os discípulos sentiam na pele o clima de perseguição. Foi neste contexto
conturbado, onde Jesus fixou os olhos em um dos barcos. Lá dentro dois homens
gesticulam freneticamente, como se estivessem discutindo um com o outro. O
motivo da discussão é que já se fazia bem tarde e até aquele momento nenhum
peixe, sequer, havia sido pescado. Jesus, um homem franzino, se aproxima seguido por uma
multidão e entra em um dos barcos onde estava Simão, o nosso personagem principal,
e André, seu irmão, e dá uma ordem: Rapazes! Vamos para onde as águas são mais
profundas!
Se pararmos um pouco nesta parte da
história, certamente veremos Simão olhando de “entreolhos” para André, e mesmo
sem dizer uma palavra poderíamos ouvir as suas: “Mas quem é este magrelo para
nos dizer onde pescar? Nós conhecemos este mar melhor do que ninguém e não
pescamos nada até agora!”. Simão sequer acabou de “piscar” e eis que o Messias,
que desejava ensinar a multidão e iniciar a colheita dos seus discípulos, abre
a boca de novo e diz bem alto, não só a Simão, mas a todos os outros barcos que
estavam por perto: “Lancem as redes para pesca!”. Novamente, Simão olha para um
lado, olha para outro e ouvindo uma multidão gritando “Mestre”, “Mestre” e apontando para aquele
que estava no seu barco os segue dizendo: (Lc.
5.5) “Mestre, esforçamo-nos a noite
toda e não pegamos nada, mas já que o Senhor está falando, vou lançar as
redes”.
A
partir deste momento a história de Simão nunca mais foi a mesma. Ao lançar as
redes elas se encheram a ponto de rasgarem-se tamanha a quantidade pescada. Simão,
tendo os seus olhos abertos olha nos olhos de Jesus, prostra-se aos seus pés e
diz: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador” e eis então a
célebre resposta de Jesus, capaz de interferir no evangelho até os dias de
hoje: “Não tenha medo Pedro, de agora em diante você será pescador de homens”.
Ao mesmo tempo também disse a alguns, ali por perto: “Sigam-me e eu vos farei
pescadores de homens!”. Apesar do
apóstolo João relatar um encontro acontecido antes deste entre Jesus e Simão
Pedro, compreendo que os relatos de Mateus, Marcos e Lucas relatam um encontro
onde o poder de Deus tocou definitivamente a vida de Pedro.
Pedro e a nossa realidade
Mateus, Marcos, Lucas e João destacam
a vida do apóstolo Pedro, Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, um pescador
na cidade de Cafarnaum onde morava com a família. Este Pedro do qual falamos
destacou-se como o líder dos apóstolos, tendo feito parte do grupo mais chegado
de Jesus entre os doze. O apóstolo Pedro foi honrado com a chance de acompanhar
os maiores milagres de Jesus. Ao mesmo tempo em que presenciou milagres como a
cura da sua sogra, colocou-se em apuros ao pedir para andar sobre as águas e
encontrar com Jesus, ou quando utilizou sua espada, ferindo a orelha de Malco,
o aprendiz de sacerdote, comumente confundido com um soldado em diversas
pregações e estudos. A palavra de Deus mostra o apóstolo Pedro não só presenciando
como também realizando milagres em nome de Jesus, enfrentando opositores do
ministério de Cristo, e fazendo discursos acalorados em torno do seu ministério.
Em
tudo isto, ao olhar para a vida de Pedro, o texto de Lucas 22.31-34 é capaz de nos chamar atenção. Este mesmo homem com
status de apóstolo, dotado de autoridade, tendo vivido ao lado de Jesus e O acompanhado
de forma muito mais próxima do que a maioria dos outros discípulos recebe uma
palavra forte de Deus no versículo 32.
Jesus lhe diz: “Pedro, quando você se converter, fortaleça seus irmãos”. Seria
isto por causa do temperamento de Pedro?
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Deus não está preocupado com temperamentos
Ao
longo da história de Pedro o encontramos em uma série de altos e baixos na área
espiritual e psicológica, capaz de torná-lo entre os apóstolos um dos mais
próximos a todos nós mortais comuns. A psicologia divide os temperamentos em
quatro tipos específicos: Os coléricos, os sanguíneos, os melancólicos e os
fleumáticos. Ainda, segundo a psicologia compreende-se que um padrão
temperamental não muda, apenas pode ser controlado ou moldado conforme o
amadurecimento físico e intelectual do indivíduo. Nós cristãos, também
poderíamos acrescentar aos psicólogos mais um tipo de amadurecimento: O
espiritual, capaz de moldar temperamentos de uma forma milagrosa! Este nosso
Pedro era sanguíneo, um homem intempestivo, capaz de agir primeiro para depois
pensar, de não medir as palavras, de por vezes chorar com facilidade, enfim.
Esta era a personalidade de Pedro, capaz de gerar muitos prejuízos quando não
controlada no tempo certo. Entretanto, Deus não estava preocupado com as
estruturas psicológicas de Pedro e sim com as estruturas espirituais que regiam
a sua vida. Deus não se preocupa com temperamento, e caso se preocupasse não
teria chamado o próprio Pedro e os dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu
e Salomé.
Alguns
meses antes de ser morto, Jesus e seus discípulos atravessavam a montanhosa
Samaria. Naquela tarde, os samaritanos ignoraram o cansaço dos discípulos e
tentaram impedí-los de passar a noite na cidade por possuírem diferenças com os
samaritanos. Naquele momento vimos Tiago e João dizendo: “Senhor, quer que
mandemos fogo do céu para matá-los?”. Claro que Jesus os repreendeu. Em outro
momento também vemos estes dois discípulos causarem uma grande discussão depois
de pedirem a sua mãe para clamar a Jesus: “Manda que estes dois filhos meus se
assentem no teu reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”.
Definitivamente,
Deus não está preocupado com o seu temperamento, Jesus tem preocupação em que
você esteja convertido à ele, firme no seu propósito, e quando olhamos para
este texto em Lucas 22 encontramos
um problema: Pedrão não estava
convertido, e a poucos dias da morte de Jesus!
Muitos trabalhadores, poucos convertidos
(Desenvolvimento) – Quando olhamos para a igreja atual
encontramos um cenário muito parecido com o episódio relatado em Lucas 22. Muitas pessoas bradando em torno
da sua conversão, cantando e pregando nos altares, trabalhando nos seus ministérios,
liderando pessoas, ouvindo a palavra de Deus, frequentando os cultos sistematicamente,
dispostos a darem suas vidas por Jesus e a seguí-Lo para onde Ele for, mas no
fundo, se Jesus tivesse a mesma oportunidade lhes diria tal e qual disse a
Pedro: “Quando você se converter,
fortaleça os seus irmãos”. Isto acontece porque uma pessoa não convertida
pode tentar ajudar outra pessoa, e secularmente falando pode até conseguir, um
não convertido pode motivar outra pessoa, secularmente falando, quem sabe até
um não convertido pode falar a respeito da palavra de Deus a outras pessoas,
mas há algo que este não convertido jamais conseguira fazer: “Transmitir aquilo
que não possui”. Se você não está forte espiritualmente, poderá fazer tudo o
que dissemos antes, apenas no plano terreno, mas espiritualmente jamais haverão
frutos. Convertidos fazem convertidos,
descrentes fazem descrentes. Viu Pedro? Muitas palavras, muita obra, lado a
lado com Jesus, mas não seria até aquele momento capaz de transmitir o
principal: Salvação de Vidas. Não
convertidos são capazes de gerar pessoas crentes, mas não capazes de gerar pessoas
salvas, não convertidos geram pessoas com religiosidades, mas não religiosas,
não convertidos precisam viver sob doutrinas humanas e não espirituais.
Finalmente, não convertidos geram rejeitados e não salvos, pois estes possuem
visão superficial da salvação adaptada aos seus próprios conceitos e não à
mensagem de Cruz pregada por Jesus. O texto em apocalipse 3, do apóstolo João à Igreja de Laudicéia diz (Vers. 15
e 16) – “Conheço as tuas obras, sei que
você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim,
porque você é morno, não é frio e nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da
minha boca”.
As características de um não
convertido
Entre
diversas características de um não convertido, conhecedor da palavra de Deus,
vamos utilizar o texto em questão para elucidar algumas capazes nos ajudar a
crescer espiritualmente. Como sempre falamos, a bíblia é um livro espiritual
para ser compreendido mediante a visão espiritual que Jesus Cristo nos dá. Se
você puder abrir os seus olhos e ouvidos espirituais, será capaz também de
compreender de forma espiritual.
PRIMEIRO
Não convertidos estão presos ao
passado
No primeiro encontro entre Jesus e Pedro
Ele o chama de CEFAS, em hebraico, confirmando a sua procedência profética. O
nome Cefas, significa PEDRA, representando
firmeza, força e autoridade, mas agora, cerca de três anos depois, em Lucas 22.31 vemos o Senhor Jesus
chamá-lo de “Simão”, e como se não bastasse ter sido chamado uma vez, o Senhor
o chamou duas vezes dizendo: “Simão, Simão”. Todas as vezes que a bíblia chama
alguém pelo seu nome duas vezes, encontramos uma advertência quanto a algo
importante que já deveria ter acontecido ou que vai acontecer em relação à
própria pessoa. A tradução literal para “Simão”, nome antigo de Pedro é “Cana
Rachada”. Se você puxar um pouco pela sua imaginação, poderá ver uma cana rachada,
balançando com o vento e certamente caindo por falta de sustentação. Esta era a
vida de Pedro antes de conhecer Jesus, uma cana rachada! Sempre sujeito aos
ventos contrários, capazes de derrubá-lo com facilidade, mesmo contra a sua
vontade. Algumas pessoas afirmam que Pedro era um empresário, um homem de
posses, mas isto não se confirma. Pedro era um simples pescador, dono de alguns
barcos pequenos, utilizados para pescar a quantidade suficiente para a sua
sobrevivência, de sua família e talvez dos seus parentes. Uma vez que eram
vários barcos, podemos supor que cada um conseguia o seu e dividia conforme a
necessidade. Ainda que Pedro fosse um empresário não seria um homem feliz. O
próprio momento do encontro com Jesus revela um dia difícil na sua vida: Não
haviam pescado nada! Ninguém cuja fartura lhe permitisse passaria a noite toda
tentando pescar, se não lhe fosse absolutamente necessário. Por outro lado o temperamento
sanguíneo de Pedro revela-nos todas as dificuldades impostas aos sanguíneos.
Estes sofrem por tomar decisões precipitadas, por falar sem pensar, por agir
intempestivamente e mudar rapidamente de ideia. A própria decisão de Pedro foi
intempestiva: “E imediatamente largou as redes e o seguiu...”. Quando Jesus chamou o “apóstolo Pedro” de “Simão”,
estava dizendo o seguinte: “Pedrão, você
ainda não se converteu! Continua cheio das suas atitudes do passado, vivendo
exatamente como antes. Apesar de andar ao meu lado por todos estes anos o seu
interior ainda é o mesmo Simão”.
SEGUNDO
Não convertidos estão nas mãos do
inimigo
Jesus, amplamente espiritual em todos
os sentidos, teve uma visão em relação aos seus discípulos, mais especificamente
em relação a Pedro: “Satanás o havia pedido, para ser peneirado como trigo”.
Como assim? Tente imaginar o agricultor peneirando trigo: O trigo e arrancado
do solo, inclusive com a sua raiz, depois colocado para secar ao sol, depois
disso juntado em feixes, logo após o agricultor pega os feixes e bate com eles
firmemente no chão. Depois de uma longa surra, o que sobrou vira palha para ser
queimada no fogo, e os grãos, agora separados no chão, são varridos e juntados
para então passarem por mais um tratamento: A peneira! Agora o hábil
agricultor, coloca pequenas quantidades de trigo na peneira, balançando
rapidamente da direita para esquerda, da esquerda para a direita e num rápido
movimento joga para cima os grãos para que o movimento e o vento possam separar
a casca dos grãos. Este é o plano do inimigo para os irmãos em Cristo cuja
conversão ainda não se deu por completo. O plano do inimigo é “roubar, matar e
destruir”, deixando o indivíduo sem raiz, sem galhos e sem a casca, que
representa a armadura espiritual do Cristão. Pense quantas pessoas estão
vivendo assim nas igrejas. Satanás pega essas pessoas e joga pra cima e para baixo,
tira o seu sustento espiritual, tira o seu sustento físico, remove as suas
capas, destrói a sua capacidade de continuar produzindo. Estas são pessoas
tristes, e mesmo plantadas na terra, são incapazes de produzir felicidade,
confiança e entendimento.
TERCEIRO
Falam muito, mas não fazem nada.
No versículo
33 de Lucas 22 Pedro diz: “Estou pronto para ir contigo para a prisão e
para a morte”, entretanto como lemos e sabemos a história não se confirmou
a princípio. Pedro não só abandonou Jesus quando Ele foi preso, como também o
abandonou nos momentos finais antes da sua morte. É fácil dizermos palavras bonitas:
“Estou contigo, te seguirei até os confins da terra, estamos unidos num só
espírito, onde tu fores eu irei”, mas será? Até que ponto estamos dispostos a
caminhar firmes ao lado de Deus, firmes em nosso ministério, com nossos
pastores. Quantas pessoas deixam os seus ministérios por bobeiras, por status,
por não concordarem com a sua visão interior de evangelho. Quantas pessoas murmuram
e se revoltam contra Deus por não terem atendidas as suas exigências, ou contra
os seus líderes por não acompanharem as suas idéias e os seus desejos, como se
estes fossem obrigados a obedecê-los e não o contrário. Sem perceber estas
pessoas estão trocando o agricultor das suas vidas. 1ª. Samuel 15.23 diz: “Pois a
rebeldia é como pecado da feitiçaria, e arrogância como o mal da idolatria..”. A
feitiçaria basicamente consiste em buscar meios para invocar demônios capazes
de agir em prol de uma causa ruim. Quando falamos e não cumprimos, permitimos
este mesmo sentimento no nosso coração e geramos os mesmos resultados na vida
de outras pessoas. Não foi por acaso que
Jesus seguiu no texto dizendo: “Eu lhe
digo, Pedro, que antes que o galo cante hoje, três vezes você negará que me
conhece”. Em outras palavras Jesus estava dizendo: Pedro, você fala muito,
mas não é capaz de cumprir o que diz.
Precisamos refletir sobre a nossa
vida
Pare
um pouco e vamos pensar juntos: Como Jesus o chamaria se encontrasse com você
hoje? Pedro ou Simão? Como é a sua estrutura de vida? Você ainda tem as mesmas
atitudes do passado? Não tem controle emocional, não consegue segurar a sua língua,
age sem pensar se vai ou não machucar as pessoas? Será que vez ou outra não sai
aquele palavrãozinho da sua boca? Será que vez ou outra você não murmura, não
coloca o seu lado sanguíneo para fora sem pensar nas consequências? Quantas
vezes você já assumiu um compromisso diante de Deus e deixou de cumpri-lo logo
depois? As suas respostas para estas questões irão falar a respeito de como
você tem vivido e como você poderá viver se não assumir uma postura firme
diante do Espírito Santo.
Os resultados na vida de um não convertido
Antes de continuar quero lembrar a você
de que pregamos a respeito do “grande” apóstolo Pedro. Definitivamente esta é
uma prova de que qualquer pessoa, mesmo estando diante de Deus, convivendo com
ele, e quem sabe até respeitando “entre aspas”, a sua doutrina, pode viver
sofrer deste mal e das suas consequências. Nada na bíblia está escrito por
caso, e há um ensinamento profundo em torno desta passagem para todos nós,
desejosos de obter uma vida com realidade diante de Deus. Vejamos alguns.
Seguir Deus de longe
O
versículo 54 de Lucas 22 mostra Jesus já preso e sendo levado à casa do sumo
sacerdote. Escondido na penumbra da obscuridão dos seus sentimentos e da sua
fé, o texto afirma: “Pedro o seguia à distância”.
Atualmente vemos uma multidão de pessoas seguindo Jesus à distância. Não querem
compromisso para não comprometer o seu tempo, não querem responsabilidade para
não comprometer a sua liberdade, e não querem identificação para não
comprometer os seus grupos sociais. Seguindo esta onda, muitos espertos tem
criado ministérios voltados para os seguidores de longe. Pode tudo! Piercing,
tatuagem, pode homem com homem, mulher com mulher, o dízimo é roubo e palavra
de correção é autoritarismo.
Pessoas
vivendo longe de Deus não conseguem ouvir a sua voz. Pessoas longe de Deus
recebem por último a sua mensagem e pessoas longe de Deus de vez enquando
precisam ouvir uns gritos do Senhor para poder compreender a sua realidade de
vida, enquanto que os mais próximos ouvem uma voz branda e carinhosa. Isto pode
parecer estranho a princípio mas é uma ilustração válida. Perceba: Quando
estamos distantes de Deus, pecamos e quando pecamos a voz de Deus brada de uma
forma tão forte que todas as pessoas à nossa volta ficam sabendo a respeito da
sua vida. É como se alguém pegasse um alto falante e dissesse: Ei! Tome um rumo
na sua vida, saia desta situação de pecado porque se você continuar assim vai
morrer. Agora, quando estamos próximos de Deus não há necessidade disto. O Senhor
se aproxima dos nossos ouvidos e bem baixinho fala somente com você quais os
passos a tomar para mudar a direção da sua vida e atingir um nível de fé e
santidade capaz de gerar resultados.
Compactuar com o mundo
O versículo
55 diz que... “quando acenderam um
fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro sentou-se com eles”. O
conhecido Salmo 1.1 diz – “Como é feliz aquele que não segue o conselho
dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda com os
zombadores”. Ora! Qual o pecado em sentar-se à beira do fogo para
aquecer-se? Se o próprio Deus diz em Ezequiel
33.11 – “Não tenho prazer na morte do
ímpio, mas que o ímpio se converta do seu caminho e viva”, ou ainda Romanos 5.8 – “...Deus morreu por nós sendo ainda pecadores”.
A questão neste caso, não era participar de uma fogueira para aquecer o corpo
em uma madrugada fria, e sim participar de um culto pagão. Em Roma, toda
fogueira era consagrada ao deus Vulcano, filho de Jupiter (Hefesto na mitologia
grega), o Deus dos raios e do fogo. Então, quando Pedro sentou-se à beira
daquela fogueira e não se identificou como Cristão, viu-se obrigado a
participar a conduta dos pecadores, que naquele momento consagravam aquele fogo
a um falso Deus.
Todas as vezes, quando negamos a nossa
posição de fé, automáticamente somos levados, por vontade própria ou acidente,
a ceder para algum tipo de entidade demoníaca. O pessoa sempre acaba bebendo, fumando,
praticando sexo fora do casamento, entre diversos outros acidentes de percurso.
Perder a identidade
Vamos acompanhar os versículos 56 a 58: “Uma criada viu (Pedro)
sentado ali à luz do fogo. Olhou
fixamente para ele e disse: ‘Este homem estava com Ele’. Mas ele negou:
‘Mulher, não O conheço’. Pouco depois, um homem o viu e disse: ‘Você também é
um deles’. ‘Homem, não sou!’, respondeu”. O que Pedro está fazendo é negar,
definitivamente a sua identidade cristã. Se negamos a nossa identidade, por uma
questão de sobrevivência precisamos nos identificar com alguém. Com quem? Eis a
questão! Existe a possibilidade de identificar-se com qualquer grupo, qualquer
tendência, qualquer ideologia e depois disto estamos desligados de Deus
conforme diz Mateus 10.33 – Mas aquele que me negar diante dos homens,
eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus.
Um cristão precisa ser identificado como
Cristão, não somente pelo modo de vestir ou falar, mas pela sua própria
essência. Esta identificação é espiritual. Não são sapatos brilhantes e
gravatas chiques que definem um Cristão, são calçados apostólicos e as vestes
brancas de santidade os verdadeiros do homem e da mulher espiritual.
O GALO E A FOGUEIRA
Os dois choques de realidade
O lado bom da vida Cristã é que Deus
sempre tem um plano de salvação exposto em cada uma das situações onde fraquejamos
ou simplesmente destoamos da conduta ideal. Jesus está sempre de braços abertos
para mudar a sua conduta e corrigir os seus passos. Este plano exposto em cada
uma das suas passagens envolve um misto entre fatores naturais e fatores
espirituais, ligando-os de forma a fazer uma pessoa compreender a necessidade
de mudança na sua vida. Vamos ver como isto aconteceu na vida de Pedro,
transformando-o em um dos nomes mais proeminentes da Palavra de Deus.
O CANTO DO GALO
Um choque íntimo de realidade
Jesus era Judeu, e como tal possuía o
hábito da oração. Percebemos isto nas várias vezes em que orava e chamava os
seus discípulos para orarem com ele. Pedro, entretanto, era do grupo dos seus
discípulos mais próximos, consequentemente em muitas destas vezes esteve junto
com Jesus. Eram momentos de extrema revelação onde o Espírito Santo de Deus
bradava forte no seu coração, onde as realidades presentes e futuras abriam-se
para ele de uma forma impossível para a maioria das pessoas, inclusive de
alguns outros discípulos. A maioria dos Judeus oravam três vezes ao dia, às 9, as 12 e as 15h00, entretanto Jesus não era um Judeu
comum, Ele orava o tempo todo! À meia noite, às 3 da manha, às 6 da manha e ai
por diante. Mateus 26.36-41, mostra
o momento quando em profunda agonia Jesus chama seus discípulos para orarem com
Ele e na volta os encontra dormindo, Marcos
1.35 diz: “De madrugada, quando ainda
estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto,
onde ficou orando”. Jesus era um discipulador de autoridade e amor. Sabia
quando havia necessidade de corrigir e também de exortar.
As orações tradicionais eram momentos
comuns na vida de Pedro, mas as orações da madrugada, estas sim, o faziam
lembrar do verdadeiro Mestre e das suas palavras e Jesus tinha um plano para
fazê-lo voltar a este primeiro amor. Aliás, Jesus sempre tem um plano, neste
caso. O Canto do Galo! Entenda este mistério: Naquele momento Jesus estava
preso em Jerusalém e seria conduzido ao Sinédrio, bem próximo a chamada “Fortaleza
Antonia”, uma espécie de quartel general dos soldados Romanos. Estes soldados
romanos mantinham um rigoroso controle dos horários da guarda, o que chamavam
de vigílias. Estas vigílias trocavam de turno exatamente de 3 em 3 horas,
entretanto havia duas trocas de turnos denominadas “Primeiro Gallicinium”, e
“segundo Gallicinium”, que traduz-se por “primeiro canto do galo” e “segundo canto
do galo”. Estas por sua vez ocorriam à meia-noite e às três horas da madrugada
respectivamente por intermédio de um toque característico das trombetas. Este toque
das trombetas era ouvido por quilômetros de distância, exatamente pelo fato de
ocorrerem de madrugada e chamava a atenção de todo o povo. O que acontece é que
estando nas proximidades, aquele toque das trombetas eram associados pelos
discípulos ao momento das orações da madrugada do Mestre.
Aquele momento então, era especial para
Pedro, pois o fazia voltar no tempo e lembrar-se destes momentos especiais de
oração e revelação das maravilhas de Deus. Agora veja isto: Já é passada a meia
noite, Pedro está sentado à beira da fogueira, de repente uma criada olha para
ele e diz: Este homem estava com ele!”, ao que Pedro diz: “Mulher não o
conheço”, pouco depois um homem o viu e disse: “Você também é um deles” ao que
Pedro responde: “Homem não sou!”, cerca de uma hora depois, por volta das “três
horas da mahã”, outro homem afirmou:
“Certamente este homem estava com ele, pois é Galileu”, ao que Pedro respondeu:
“Homem, não sei do que você está falando!”. Diz a bíblia que ele ainda falava
quando o “Galo Cantou”, soaram as trombetas. Neste momento, passavam com Jesus
bem na sua frente. Suas pernas, tremeram, um filme passou na sua cabeça:
Quantas madrugadas estive ao lado do mestre, aprendendo a orar, aprendendo a
adorar e agora cá estou, negando o próprio Deus. Diz a bíblia que Pedro retirou-se
dali e “Chorou amargamente”.
O
canto da galo representa um choque de realidade com a vida do homem pelo qual
todos nós devemos passar uma vez na vida. É quando somos confrontados com a
diferença entre o que acreditamos, pregamos e vivemos. Este mesmo toque das
trombetas, capaz de gerar um tremor nas pernas de Pedro, deve tocar na sua
mente e fazer você pensar na sua realidade de vida. Lembra-se dos seus
primeiros dias na igreja? Lembre-se de quando você viu os primeiros sinais e
maravilhas do Espírito Santo na sua vida e em sua volta, quanto passou pelo
batismo nas águas, pelo batísmo com o Espírito Santo de Deus. Pedro havia se esquecido
e Deus fez por onde lembrá-lo para resgatar a sua vida.
Se
você não quiser negar (ou continuar negando) Jesus, vivendo uma vida dupla entre
o mundo e a santidade, é preciso fechar os seus olhos para o mundo e abrir os
seus olhos para Deus. Lembrar-se de todos estes momentos na sua vida e tal e
qual Pedro, chorar amargamente por todo sentimento contrário em relação à sua
fé.
A FOGUEIRA
Um choque público de realidade
Jesus na sua onisciência sabia do futuro
de Pedro. Era necessário torná-lo um homem perfeitamente convencido nas suas estruturas
de fé para que ele pudesse suportar todas as situações ainda por vir sobre a
sua vida. Conosco a situação se repete, Jesus na sua onisciência sabe onde e
quando você será útil para a sua obra, onde você será um instrumento de Deus na
salvação de vidas para transformar pessoas descrentes em crentes e desviados em
seguidores de uma doutrina verdadeira e apostólica.
Na estratégia de correção na vida de
Pedro o messias estabeleceu um primeiro choque de realidade, o Canto do Galo,
onde Ele confrontou-se com a suas lembranças, e pôde recordar do padrão íntimo
de relacionamento atingindo junto a Deus. Agora, com a fogueira, haveria um
novo choque, porém uma questão pública e notória. Novamente, conosco a situação
é semelhante. Se desejamos estar na presença de Deus precisamos ser
confrontados intimamente e publicamente. No texto de Lucas 22, e nos versículos
56 a 59, vamos encontrar as três
confrontações públicas de Pedro e entenderemos os seus significados.
PRIMEIRO
– É preciso ser confrontado pela igreja. No versículo 56, a bíblia mostra uma criada olhando fixamente para
Pedro e lhe dizendo: “Este homem estava com ele”. Conforme dissemos em outras
oportunidades, a mulher, na bíblia, sempre representa a igreja. Observemos
rapidamente Adão e Eva. Quando Adão, que representa Deus se afasta de Eva, que
representa a Igreja, a mesma se desvia da sua conduta moral e espiritual e
desobedece às ordens do Pai. Logo depois, a “igreja”, distante de “Deus”, cai
em pecado e é expulsa do Eden, que simboliza o Mundo ideal criado por Deus,
onde o homem gozava de vida eterna. A sequência deste texto no Bereshit, o
livro do começo é tremenda. Logo depois, Deus rompe as barreiras do céus e
volta ao mundo. Da mesma forma Deus em breve romperá as barreiras que separam o
homem da sua presença e virá novamente a este mundo e repetira Gênesis 3.13: “O que foi que você
fez?”. Como forma de salvar a humanidade, Deus então fez roupas de pele,
matando um animal inocente e Deu ao homem para que pudessem suportar as
intempéries de um mundo estranho. Da mesma forma o Pai enviou o seu filho para
ser sacrificado e vestir a humanidade com as vestes brancas de santidade e
suportar as intempéries deste nosso mundo estranho.
Aquela mulher, representando a igreja,
confrontou Pedro dizendo: Você estava com Ele! Em outras palavras ela disse: “Ei Pedro, você não era aquele que orava com
Jesus, que caminhava com ele, seguia os seus passos e cumpria a sua doutrina?”.
Mesmo com a negativa de Pedro, aquelas palavras mexeram com ele. Atualmente a
igreja não confronta mais as pessoas. Muitas vezes prefere concordar com
práticas pagãs ao invés de confrontar os seus membros e falar a verdade. No
livro do Apocalipse 2.15, estão
escritas as revelações do apóstolo João à igreja de Pérgamo – “De igual modo você tem também os que se
apegam aos ensinos dos nicolaitas”. Observando o sentido etimológico da
palavra compreenderemos melhor. O termo Nicolau vem do hebraico e significa –
“Vitorioso sobre todo o povo”, já a definição grega para a palavra é “Nikolaos”,
compreendendo a junção de duas palavras: Nikao, que significa conquistar e
Laos, que significa “os leigos”. Etimologicamente compreendemos que a palavra Nicolaita
é “Aquele que domina sobre o povo leigo”. Esta estrutura criada por homens onde
não há confronto e em tudo se está de acordo é uma forma branda de dizer às pessoas:
“Sigam-me! É mais fácil assim”, e com isto as pessoas se deixam ser dominadas
por palavras bonitas mas incapazes de direcionar e corrigir.
Perceba então: Para ficar firme no seu
propósito é necessário ser confrontado com a nossa realidade de vida. Foi isto
que Deus providenciou para Pedro e é isto o que deve ser providenciado para
você dentro da sua realidade de vida. Não tenha medo! Aprenda a ser confrontado
e a abrir o seu coração diante de palavras verdadeiras, para o Senhor, então,
pode tratar toda e qualquer dificuldade na sua vida.
SEGUNDO
– É preciso ser confrontado por Deus. Veja a sutileza da palavra de Deus.
Pedro, de frente para uma fogueira, sendo confrontado primeiramente por uma
mulher, representando a igreja, e agora, no versículo 58, sendo confrontado por um homem. Já aprendemos que o
homem representa o próprio Deus, e ele disse: “Você também é um deles”. Pedro
estava sendo confrontado por Deus no sentido de lembrar-se das suas origens
cristãs: “Ei Pedro, você é um dos nossos!”.
Pare e pense: Quantas vezes o próprio
Deus já confrontou você de alguma forma através de uma palavra, uma voz, um louvor,
uma oração ou outra maneira encontrada por Ele para fazer você enxergar a realidade?
O tempo todo Jesus está confrontando a sua vida no sentido de fazê-lo voltar às
suas origens. Esta é a maior esperança do Senhor, tê-lo em conformidade com a
sua palavra e a sua autoridade.
E agora? Você falar igual a Pedro? – “Não, Deus, eu não sou esta pessoa de quem
você está falando?” Ou você vai admitir que Cristo é o seu salvador e se
colocar na posição de homem ou mulher de Deus, como alguém capaz de adorar,
orar, interceder e chorar na presença de Jesus Cristo.
TERCEIRO
– É preciso ser confrontado pelo Espírito Santo. Por último, o versículo 59, mostra Pedro sendo confrontado
por um outro homem, e ele diz: “Certamente este homem estava com ele, pois é
Galileu”. Ah! Quão tremendas são as palavras de Deus para os espirituais. Veja
o capricho do Senhor nestas poucas letras. Agora já não vemos apenas o Deus
filho confrontando Pedro em relação à sua palavra e a sua autoridade, mas sim o
Deus pai lhe dizendo: “Pedro não há como
negar que você esteve ao lado do filho, porque você é Galileu, Eu sei de onde
você vem!”. Ora como um homem desconhecido, que jamais havia tido contato
com Pedro poderia identificá-lo? Simples! Estava estampado na face de Pedro de
onde ele viera. Foi nas terras Galiléias onde Pedro presenciou grandes milagres
de Deus, onde viu os seus sinais e maravilhas. O Espírito Santo, que conhecia intimamente
a Pedro estava abrindo os seus olhos para a realidade da sua vida e fazendo-o
pensar. Você não pode negar de onde vem, muito menos para onde vai. Em Atos 1.11 vemos o evangelista Lucas descrevendo a respeito do momento em que Jesus
Cristo subiu aos céus. No texto depois de afirmar aos seus discípulos para não
saírem de Jerusalém, porque brevemente seriam batizados com o Espírito Santo,
está escrito que eles receberiam poder, quando o Espírito Santo descesse sobre
eles e seriam testemunhas em Jerusalém, em toda a Samaria, Judéia e confins da
Terra. De repente, Jesus é levado às alturas, e ali, com os olhos fixos no céu
surgem dois anjos que lhe dizem: Ei, varões Galileus, por que vocês estão olhando
para o Céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi levado aos céus, voltará da
mesma forma como o viram subir. E quanto a você varão (ou varoa) Galileu! Vai
ficar até quando deixando o tempo passar? O Espírito Santo está confrontando a
sua vida para que você possa ter uma nova realidade de vida. Acredite! É
possível mudar de vida, mas você precisa se render à autoridade e a visão do
Espírito Santo sobre a sua vida.
Conclusão: Hoje é um dia de confrontamentos! Abra o seu coração para
Deus e permita a Ele tocar as trombetas capazes de levar você novamente ao
primeiro amor e, quem sabe, colocar você de frente à fogueira para se
confrontar com todas as suas realidades e necessidades de mudança. Deus tem
propósitos para a sua vida que poderão iniciar um cadeia de sucessos tremendos
a partir do momento em que estas palavras se confirmarem em sua vida.
Toda honra e
toda glória, seja dada ao Senhor Jesus!
Seja como
Pedro!
pr. altamir de souza
Na Visão de Multidões!
Shalom Aleichem, Aleichem Shalom
A paz seja convosco, convosco esteja a paz
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