segunda-feira, 9 de março de 2020

O OLHAR DE FÉ


Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha vida eterna (Jo 3.14-15)

Recém libertos da escravidão no Egito, alguns anos após terem presenciado milagres extraordinários da parte do Senhor, o povo hebreu já não tinha mais o mesmo ânimo.  A caminhada era longa demais e para alguns parecia estarem retornando ao Mar Vermelho, pois nitidamente a vida estava dando voltas. O resultado, não poderia ser outro: Reclamação, murmuração e arrependimento.



Apesar deste texto possuir milhares de anos é bem possível aplicá-lo ao cotidiano de muitas pessoas, envoltas nos mais diversos afazeres do dia a dia. Pessoas que ao longo de suas vidas caminham dando voltas em busca de uma bênção demorada, suada e por vezes, inatingível aos olhos humanos.

Saber esperar não é a característica mais comum às pessoas. A atualidade nos ensinou a viver tudo rapidamente. Nós pedimos e as coisas chegam, nós perguntamos ao computador, ou ao celular e ele responde com uma facilidade quase humilhante. Não arrumamos mais os nossos aparelhos, nós simplesmente os substituímos por outros, mais rápidos, melhores, ou às vezes só mais bonitos mesmo, tornado a espera literalmente fora de moda para a atualidade.

A questão é, como você reage diante de uma benção ainda não cumprida em sua vida? Quais os aspectos emocionais, espirituais e físicos tornam-se relevantes diante de uma situação onde as suas orações petitórias ainda não se cumpriram?

Talvez não seja necessário esperar muito para responder, nem mesmo ter o dom da revelação. Praticamente a totalidade dos casos nesta situação acabam da mesma forma, tal e qual povo de Deus no deserto: Reclamação, murmuração e arrependimento.

Reclama-se com todos, murmura-se contra Deus e o arrependimento fica estampado no rosto de pessoas cuja esperança comportamental era outra bem diferente, afinal, de um jeito ou de outro todas já puderam ver o poder salvífico de Jesus operar na sua vida.

Para dar sequência a este devocional, sugerimos a leitura do texto bíblico a seguir:
Números 21.4-9

A serpente de bronze

Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho 5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável!” 6 Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram 7  O povo foi a Moisés e disse: “Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós”. E Moisés orou pelo povo. 8 O Senhor disse a Moisés: “Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste, quem for mordido e olhar para ela viverá”. 9 Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo.

Conforme observamos em Números 21.4-5 – “...o povo ficou impaciente no caminho, e falou contra Deus e contra Moisés”. O texto nos dá três pontos importantes a serem estudados e os seus resultados.

O povo ficou impaciente no caminho
A impaciência do povo hebreu ocorreu no meio de uma caminhada, demonstrando uma ansiedade exagerada, característica muito comum às pessoas na atualidade. A ansiedade tem sido um problema de grandes proporções, gerando mudanças de plano no meio dos projetos, quando na realidade Deus espera de todos a conclusão dos projetos estabelecidos no coração. Esta mudança reflete uma fraqueza espiritual contrária ao texto de Isaias 41.10 quando diz: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei com a minha mão direita vitoriosa”.

Deus espera de você uma demonstração de força e não de fraqueza. Gloriar-se diante dos enfrentamentos diários é uma maneira de demonstrar ao mundo espiritual um alta capacidade de absorção e retorsão, demonstrando autonomia para vencer obtstáculos e não só isto, mas também, nos gloriamos nas próprias tribulações sabendo que a tribulação produz perseverança (Romanos 5.3), outra característica de grandes proporções para a obtenção de resultados práticos na vida cristã.

O povo falou contra Deus
Momentos de estresse durante a caminhada são uma fonte diversificada de murmurações contra Deus. Pessoas estressadas no desenrolar (ou enrolar...) da sua vida e sem as travas comportamentais bem fortificadas diante de aprendizado, evolução e espiritualidade são useiras e vezeiras em reclamar contra Deus como se este fosse o verdadeiro culpado das suas angústias, dos seus insucessos, e das suas lutas cotidianas. Ora. Para aqueles que foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderás da era que há de vir, e caíram, é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento; pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública (Hebreus 6.4-6), sendo assim torna-se clara a contraposição ao projeto divino para a vida de qualquer um agindo desta forma.

O povo falou contra Moisés
O texto histórico de Atos dos Apóstolos, capítulo 7 nos ensina algo sobre a preparação de Moisés, não revelado no Tanach (A.T.). O versículo vinte e três informa que ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas, evidenciando o período quarentenário de preparação pelo qual passou o escolhido do Senhor até ser usado por Ele. Neste período, Moisés esteve no palácio do faraó, aprendendo sobre todas as matérias e ciências de ponta da época, sendo, portanto, um homem de conhecimento elevado entre os mais altos níveis entre os sábios da época.

Já o versículo trinta informa que passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai, evidenciando um segundo quarentenário onde ocorreu a chamada de Moisés para o trabalho de conduzir o povo de Deus até a terra de Canaã. Note já se passarem até então oitenta anos.

Por fim, o versículo trinta e seis finaliza a saga dizendo: Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos. Ou seja, aqui somam-se mais quarenta anos utilizando de larga experiência para conduzir aquele povo pelo deserto e perfazendo um total de cento e vinte anos de labuta.

E não é que o povo reclamou mesmo assim!? Mesmo diante da experiência e sabedoria dada a Moisés, o povo não deixou de reclamar do seu líder e até mesmo tentar destituí-lo da sua posição.

Talvez você já tenha visto algo semelhante no seu trabalho, na sua casa ou quem sabe no seu ministério não é verdade? Uma pessoa experiente no comando, preparada durante um bom tempo se coloca na brecha para ajudar a conduzir um determinado grupo, entretanto, ao primeiro sinal de dificuldade, as pessoas ao seu redor, levantam-se contra com toda a força, como se este fosse o único responsável por todas as dificuldades.

O resultado
O texto em Números 21.6 diz: “Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram”. Definitivamente Deus pesou a mão sobre o próprio povo por terem quebrado a aliança de obediência e fé estabelecida por Ele como condição para a chegada na terra da promessa. Muitas pessoas morreram, outros chegaram à beira da morte causando verdadeiro terror sobre todas as famílias do arraial.

Este é o risco da reclamação, murmuração e arrependimento por estar no caminho com o Senhor. Projetos parados no meio do caminho por consequências geradas por você mesmo e não pelos outros. Alias, fator importante para meditação e pouco difundido nos dias de hoje é a necessidade do cristão fazer a sua autoanálise sem abrandar o julgamento porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados, mas quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor para não sermos condenados com o mundo (1ª Coríntios 11.31-32), e veja se não exatamente por causa disso, que há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (1. Coríntios 11.30)?

Mas e agora que o caldo entornou?
Dura tarefa é aplacar a ira do Senhor, e por este motivo devemos declarar: Senhor, não me castigues na tua ira, nem me disciplines no teu furor. Misericórdia Senhor, pois vou desfalecendo! Cura-me, Senhor, pois os meus ossos tremem: todo o meu ser estremece. (Salmo 6.1-2). Entretanto, por vezes o problema já ocorreu, você por algum motivo reclamou, murmurou ou arrependeu-se no meio do caminho, e agora as coisas estão complicadas. Deus não tem ouvido as suas orações, e literalmente o sentimento é de que Ele está de costas para a sua vida e todos os seus à sua volta.

O que fazer neste momento, qual providência tomar para relativizar, eliminar e curar estas feridas espirituais, emocionais e pessoais trazidas em torno de um furor comportamental adverso ao exigido pelas Escrituras?

Naquela ocasião “o povo foi a Moisés e disse: “Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós”. E Moisés orou pelo povo (Números 21.7)e para a nossa (e talvez a sua) atualidade a realidade não poderia ser outra: A oração focada é o melhor caminho para solucionar esta pendência na sua vida, sacar você desta situação e abrir os portais para a continuidade de uma caminhada de vitórias.

Logo após a oração de Moisés, o Senhor apontou uma solução para o problema, fazendo perceber ao seu povo que nem tudo estava perdido, mesmo diante de atitudes tão soberbas e distantes do ideal, afinal de contas, Deus amava aquele povo, assim como Ele também ama você sua família e todos em torno do seu oikos. Não duvidar deste amor é essencial para destruir as armadilhas impostas pelo inimigo sem, contudo, ser envolvido por elas.

“Eleve” os seus problemas a Deus


Ouvindo a oração “o Senhor disse a Moisés: ‘Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste, quem for mordido e olhar para ela viverá’”. Um texto pequeno, porém repleto de sabedoria para a sua vida. Em poucas palavras Deus estava dando uma ordem ao seu povo para exporem seus pecados, olhando para eles desavergonhadamente. Exatamente por isto, no alto de um poste, é onde estava assentada a serpente dentro desta significância.

Ao olharem para a serpente e contemplarem a forma do seu pecado, Deus também notava a capacidade dos seus filhos de os assumirem e assim curava-os, mediante a sua fé. Veja se esta não é a simbologia dos dias atuais. É preciso, de todas as formas elevar os seus mais profundos sentimentos e pensamentos, destoantes da palavra, ao Senhor dando a Ele condições de lhe ouvir, deliberadamente, e a partir daí, promover a cura de sentimentos, pensamentos e atitudes. Naquela oportunidade Deus mostrou exatamente como atuar naquela situação no deserto, tal e qual anuncia, nos dias atuais, como deve-se fazer para escapar da morte espiritual, e eterna.

A humanidade foi picada por uma serpente chamada satanás e consequentemente, tornou-se envenenada pelo pecado, que tanto desagrada a Deus. Não se pode negar esta situação mesmo estando dentro de um ambiente protegido como a igreja, pois sabemos existir este veneno dentro e fora dela. Porém, sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto e não só isso, mas nós mesmos que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo (Romanos 8.23), afinal de contas não foram apenas os de fora da igreja pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3.23).

Jesus Cristo veio ao mundo e anunciou ter sido enviado por Deus para curar a todos os que para ele olhassem com fé, sendo estes justificados gratuitamente pela sua graça por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Definitivamente Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça (...) (Romanos 3.25). Tal e qual a serpente de bronze no deserto, Ele foi levantado e pregado numa cruz, para os seus filhos não morrerem mais. Crer e aceitar isto é primordial para uma vida de excelência cristã e um padrão salvífico familiar e pessoal.

Você acredita?
É necessário olhar com fé, para Jesus. É necessário, portanto, fitar nEle os seus olhos, demonstrando o arrependimento eficaz e definitivo por todos os erros cometidos ao longo da vida. Se você fizer isto, renunciado a si mesmo e buscando a cura e o perdão em Cristo, certamente terá uma nova vida tanto na terra como nos céus. Não há como escapar da morte, em todos os sentidos, sem um olhar sincero para Jesus, assim como, sem demonstrar claramente os nossos erros e falhas, tendo a plena fé na cura exponencial a partir do Único capaz de propor e cumprir com a vida eterna adiante, e a vida plena na atualidade.

Pr. Altamir de Souza | 2020
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segunda-feira, 2 de março de 2020

O NOVO E O VIVO CAMINHO


Jesus disse: Ninguém vem ao pai, a não ser por Mim (João 14.6)

Em uma tarde de inverno Marcelo, um jovem cristão brasileiro aproveitou a oportunidade para puxar conversa com um rapaz, sentado ao seu lado, em um avião conduzindo ambos rumo a uma nova fase das suas vidas. Marcelo estava indo para a faculdade, pois havia sido aprovado em uma das melhores dos Estados Unidos da América. Já o outro jovem estava se mudando de um País para outro, por ter terminado um casamento de apenas um ano e meio.

Vendo naquela situação uma oportunidade para evangelizar, Marcelo não titubeou em aplicar entre as palavras da sua conversa alguns pitacos sobre o poder salvífico de Jesus, que ele sabia, estava aberto para todas as pessoas cujo coração se encontrasse disposto para Ele.

Durante algum tempo, aquele jovem ouvia de soslaio as palavras de Marcelo, dando mais importância à paisagem desvanescente pela janela do trem, do que necessariamente ao assunto espiritualístico proposto, até que, de repente e agora bem convicto, o jovem tomou fôlego e disse: “Cara, eu não acredito em nada disso. Eu não vejo as coisas como você vê, e também não creio como você crê”.

Sem pestanejar Marcelo teve pronta a sua resposta dizendo o seguinte: “Olha, quer saber de uma coisa; esta forma de pensar importa para você, mas não necessariamente para Jesus! Importante mesmo é o que Deus diz na sua palavra e o que Ele deixou escrito para mim e para você” e ainda com os olhos fitos no rapaz, lançou de uma comparação muito interessante: “Presta atenção! Nós estamos indo para os Estados Unidos, e para chegar lá precisamos ter um passaporte com visto, de acordo com as leis daquele País. Da mesma forma, se quisermos entrar na Pátria Celestial, deveremos ter um visto autorizando a nossa entrada, assim como, também precisaremos conhecer as leis celestiais dos céus”.

Finamente ele havia tido sucesso em chamar a atenção daquele jovem que parou de olhar para a paisagem, focou os seus olhos nos olhos de Marcelo, e sem nada poder fazer para impedir, fez verter pesadas lágrimas escorrendo pelo rosto. Certamente foi uma grande emoção para os dois, pois naquele momento, mesmo sem ter dito uma palavra, expurgou uma revolução muda, acontecendo no seu âmago: O que será esse céu, qual a vantagem de estar lá, será que se eu tivesse conhecido esse “tal” Deus, o meu casamento não teria terminado?

Em uma confluência de sentimentos e pensamentos as emoções brotavam nos olhos do jovem recém separado. Seu coração por alguns momentos ascendeu em uma condição jamais vivida por ele anteriormente e aquilo não só o emocionava como também o impulsionava em uma direção muito diferente de todas as outras tomadas por ele até então. Suas perguntas não vieram em sons, mas naquelas lágrimas, suficientes para Marcelo entender um milhão de palavras presas por anos no seu coração.

Sem deixar passar a oportunidade, Marcelo fez uma explicação da significância do céu dizendo: “Viver no céu, não é apenas futuro, mas sim um presente. A promessa feita por este Deus que eu lhe apresento, não se trata apenas de algo futuro, pois Ele nos deu a certeza de uma vida justa e reta, mesmo aqui onde nós estamos, inclusive neste avião! Você pode ter o seu casamento de volta, assim como ter toda a sua vida transformada, bastando aceitá-Lo como seu único e suficiente salvador.

Uma história comum
Ao ouvir falar sobre céu da forma como explanou Marcelo ao outro jovem, é quase impossível não desejar estar lá um dia, assim como, não desejar viver as bençãos de uma realidade diferente desde já, por meio de Jesus. Entretanto, muitas vezes, em discussões religiosas como esta, é comum ouvir a seguinte declaração: “Estamos em caminhos diferentes, mas um dia chegaremos ao mesmo destino”.

De uma forma muito estranha, algumas pessoas parecem conformar-se com o seu estado atual, como se este fosse o único degrau possível de galgar em suas vidas, acomodadas e simples para elas, porém nitidamente miseráveis para quem as vê de longe.  Indivíduos infelizes, com histórias mal começadas ou inacabadas, sem um futuro nítido e com passados avassalados por uma diversidade de momentos dolorosos. Mais grave, é encontrar estas histórias adentro das igrejas, assolapando milhares de cristãos cujas metodologias espirituais e doutrinárias estão muito distantes da realidade escrita por Jesus como projeto para a coroa da sua criação.

Mas será que é isto mesmo que a bíblia diz? Será mesmo este o plano estabelecido por Deus para a sua vida, ou quem sabe de alguém próximo? Até onde estamos fadados a uma vida de sucesso ou insucesso, de vitórias ou perdas, de felicidades ou tristezas?

Para dar continuidade a este devocional, sugerimos a leitura do texto bíblico a seguir.

João 14.1-6

Jesus fortalece os seus discípulos.

“Não se turbe o coração de vocês. Creiam em Deus; (ou vocês creem em Deus;) creiam também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a vocês. Vou prepara lugar para vocês. 3 E, quando eu for preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. 4 Vocês conhecem o caminho para onde eu vou. 5 Disse-lhe Tome: “Senhor, não sabemos para onde vais, como então podemos saber o caminho?” 6 Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.

Por vezes tomamos a decisão errada. Nossos olhos têm a forte tendência de crer tão somente em situações e objetos tangíveis, situação esta, capaz de conduzir o homem ao erro, afinal de contas, não é possível ver Deus por meios naturais. Hebreus 11.11 nos fala de Sara que recebeu poder para gerar filhos, ainda que estéril e avançada em idade, porque considerou fidedigno Aquele que lhe havia feito a promessa. Ora! Sara não havia visto Deus, mas acreditou na sua capacidade de gerar a partir do impossível. Definitivamente para esta Sara a era a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos (Hebreus 11.1) o que dava a Ela possibilidades sobrenaturais de compreender o seu passado, investir no seu presente e ter a certeza de um padrão pleno de felicidade no futuro.

Não se turbe o vosso coração

Note o estado psicológico daquele jovem, viajando para fora do País, após um desmanche familiar com resultados gravíssimos para todos à sua volta. Certamente as suas lágrimas não refletiram apenas o momento existencial no qual estava inserido naquele momento, mas toda uma história de vida, culminando naquele trágico parágrafo, cujo ponto final o colocava assentado em uma poltrona de avião, lançando-se fora das suas raízes.

O desespero faz parte das pessoas sem Jesus. Não vê-Lo é desestruturante, não só para cristãos, como também para todas as outras pessoas e esta é uma situação gravíssima. Algumas pessoas não percebem estar longe de Jesus, simplesmente por não conhecê-Lo de perto, porém sofrem as consequências tal e qual todas as outras.

Jesus revela-se à sua criação por dois modos diferentes: O primeiro uma revelação ampla e geral, por onde todos os fenômenos naturais e sobrenaturais atingem todas as pessoas. De outra forma, Ele se revela de forma íntima e especial, destinando as suas frequências místicas a determinados indivíduos em específico.

O fato é que, quando observamos estes dois padrões teológicos da revelação divina, encontraremos a “revelação geral” aplicada a todos os seres humanos, quer seja ela boa ou não nos seus resultados. Desta forma, sem uma visão espiritual, as pessoas não compreendem os fatos à sua volta nem os resultados deles sobre as suas vidas, porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam bebiam, casavam-se davam-se em casamento (revelação geral), até o dia em que Noé, entrou na arca (revelação especial), e não perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos (revelação geral(... (Mateus 24:38-39)

Neste sentido, é urgente ao ser humano entender as suas dores buscando “ver o invisível”, adquirindo assim, capacidade de aplacá-las de forma ampla, por meio da plena convicção de um verdadeiro aconchego vindo de Pai para filho. Hebreus 10.19-23 nos dá esta receita para gerar capacidade e evitar o desespero quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.

Vou preparar lugar para vocês

Há uma tendência nos momentos de desespero, comum à maioria das pessoas em acreditar na sua “falsa” incompetência diante dos gigantes estanques, firmados nas mais diversas frentes de batalha surgidas ao longo da vida.

A Sagrada Escritura em sua sublime sabedoria, mostra um panorama muito diferente em relação aos pensamentos do homem. Deus não vê e não pensa como o homem e podemos perceber isto ao observar o momento da história quando Samuel procura os filhos de Jessé para consagrar David. Em um primeiro momento, em 1ª. Samuel 16.6-7 – Samuel viu Eliabe e pensou: “Com certeza é este que o Senhor deve ungir”. 7 O Senhor, contudo, disse a Samuel: Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu os rejeitei, entretanto, o Senhor não vê como o homem: O homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”.

Há um lugar separado para você no meio desta afronta. Não se preocupe! Na casa do Pai há muitas moradas e uma delas é especialmente preparada para as suas necessidades, para os seus anseios e projetada para atender todos os seus sonhos e projetos.

Você conhece o caminho por onde Ele vai?
Aquele jovem conhecia os seus problemas, os seus sonhos e até mesmo o País para onde estava indo, porém ele não conhecia Jesus. Por mais que soubesse os caminhos passados e a seguir, havia um em especial, capaz de mudar drasticamente a sua vida, e do qual ele estava totalmente absorto. Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim (João 14.6). Em tempo, ele tinha consciência de um caminho natural, humanístico e racional limitado, porém não tinha a mente aberta para a amplitude de espectros abertos ao místico sobrenatural ofertado por Jesus que, em dizendo, vem ao pai, a não ser por mim”, oferecia a solução para situações e sentimentos cujas curas, no mundo físico, só ocorreriam, e talvez, diante de anos de terapia, antidepressivos ou quem sabe, na falta destes, litros e litros de álcool.

O homem evolui com o tempo, mas não percebe que somos frutos de um ser evoluído em absoluto. Olhar para Ele, segui-Lo, entendê-Lo, é uma fonte inesgotável e vitamínica capaz de elevar o entendimento humanístico em um nível superior ao da capacidade mediana. O cristão racional, com ascendência cristocêntrica, livre de religiosidades infantis, vê e pensa adiante, acreditando piamente na possibilidade real de vencer obstáculos jamais superados por pessoas comuns. Pode parecer pedante, mas não é! Você é fruto daquele que disse: Os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos”, (...) “Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos”.

Jesus fortalece os seus discípulos
Aquele jovem estava indo para longe dos seus problemas, mas não conseguiu perceber que também estava indo para longe de todas as suas referências de felicidade. Longe da família, do seu País e dos seus amigos, a jornada seria bem mais difícil e dolorosa. Poderia até dar certo em um plano sofístico, mas jamais em um plano espiritual e real.

Ser discípulo de Jesus, não é ser  “crente de cadeirinha ou carteirinha!”, é ter a certeza de uma vida fortalecida na presença dEle todos os dias porque “Deus não nos deu espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação (2ª Timóteo 1.7)”, assim como Ele “dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Isaias 40.29)”.

Há um novo e vivo caminho para você, para a sua família e para todos os seus sonhos projetos. Aquele jovem desceu do avião após longas horas de voo, e muitas lágrimas derramadas aos ombros de Marcelo, mas uma coisa ele aprendeu: Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fadigarão (Isaias 40.31).

Certamente se você chegou até aqui, notou a falta do nome “daquele jovem”. Pois bem, há uma intenção por trás disto de permitir a você ter a plena liberdade de dar nome a ele. Quem sabe seja o seu nome, ou o nome de alguém próximo. Este devocional tem a intenção de abrir o seu entendimento para focos mais amplos, oferecendo o caminho a verdade e a vida, talvez, de uma forma diferente do seu dia a dia. Faça isto. Leia, estude ore e compartilhe!



Pr. Altamir de Souza | 2020
Na visão de multidões

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