Muitas pessoas me perguntam a respeito da simbologia da
aliança. Já tive a oportunidade de acompanhar casais com dificuldades em
compreendê-las e até mesmo utilizá-las. Por outro lado, e não foram poucas
vezes, enfrentei casais recém formados de namorados e até mesmos seus pais,
desejosos de pôr no dedo a chamada “aliança de compromisso”, o que neste caso
sempre proibi em nosso ministério dentro de determinadas convicções e regras.
Resolvi escrever este texto para elucidar as dúvidas .
Nos tempos bíblicos a representação do poder se dava por
intermédio de alguns objetos, entre eles o cetro, a coroa, o brasão e também o
anel. Através destes objetos hebreus, gregos e romanos expressavam suas
posições de autoridade e também de religião. O anel ou aliança conforme vemos
nos dias de hoje, descende de um costume hindu de utilizar este objeto como
forma de oficializar o casamento. Este costume foi adaptado por gregos e
romanos que disseminaram esta cultura por todo o mundo conhecido até os nossos
dias atuais. A princípio a aliança era um símbolo de propriedade do marido
sobre a noiva, demonstrando publicamente para os outros pretendentes que a
mulher portadora da aliança não estava mais disponível. O costume de utilização
da aliança só foi adotado pela igreja Cristã no século IX não necessariamente
como símbolo de propriedade e sim de “fidelidade e compromisso mútuo”.
A bíblia, conforme conhecemos hoje e até mesmo os outros
conceitos de livros bíblicos como o Torá dos judeus, que de certa forma está
embutido na bíblia cristã também falam a respeito da aliança. Genesis 41.42 – E faraó
tirou da mão o seu “anel-senete” e o colocou na mão de José, vestiu-o de traje
de linho fino, e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro”, 1º Samuel 20:8 – “Usa, pois de misericórdia
para com o teu servo porque o fizeste entrar contigo em “aliança” do Senhor; (...)”,
1º
Reis 15:19 – “Haja “aliança” entre mim e ti, como
houve entre meu pai e teu pai. Eis que aqui te mando um presente de prata e de
ouro; (...)”, Lucas 15.22 – “Mas o pai disse
aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um
anel no dedo e alparcas nos pés;”.
Em todas estas passagens (e existem muitas outras), notamos
o compromisso selado em torno do anel, ou aliança. Isto nos faz compreender que
o uso da aliança possui um significado religioso, pois o próprio Deus
estabelece aliança com aqueles que o obedecem e o reconhecem, também possui um
significado cultural, pois diversas culturas valorizam o simbolismo da aliança,
e também um significado secular, pois a aliança já está mais do que infiltrada
dentro das culturas latinas, europeias e asiáticas. Ao analisarmos os textos
bíblicos e todo o simbolismo envolvido em torno deste objeto, notamos a
importância da aliança em termos bíblicos e seculares. Um casamento
definitivamente não acontece sem uma aliança de amizade, amor e respeito
demonstrada através de um anel.
Por que não se deve
tirar a aliança do dedo
Hoje é comum encontrarmos homens e mulheres casados
relutantes em utilizar as suas alianças. Os homens alegam sentirem-se mais
jovens e “soltos” sem a aliança, as mulheres seguem nos dias atuais, a mesma
linha. O que se deixa de observar é o simbolismo do “pacto de fidelidade” envolvido
na utilização da aliança e também de amor e respeito eternos. Este pacto não
pode ser quebrado, nem tão pouco desconsiderado. Ao tirar a aliança, o homem
(ou a mulher) rompem este compromisso em seus pensamentos e até mesmo nas suas
atitudes gerando brechas atrativas para o inimigo. Entrevistas recentes com 1000
homens e 1000 mulheres mostram que ao se sentirem atraídos por alguém uma das
primeiras observações é a “aliança”. Claro que a sua falta irá gerar
expectativas traiçoeiras a respeito de alguém casado e que não a esteja
utilizando, podendo inclusive levar pessoas inocentes ao engano. Romanos 1.29 diz “Antes,
renunciamos os procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano, nem
torcemos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante a clara exposição da
verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus”. Gerar sentimentos capazes de fazer pecar o outro é pecado gravíssimo
e deve ser evitado de todas as formas. Se você é casado(a) não abra mão da sua
aliança, utilize-a sempre, respeitando obviamente as profissões onde a sua
utilização se torna impossível por questões de higiene ou segurança. Sua
aliança é um outdoor espiritual onde se lê: Sou casado(a) e respeito o meu
casamento!
Por que casais
recentes de namorados não devem utilizar a “aliança de compromisso”
Nos últimos 15 anos, disseminou-se nos meios cristãos e
pagãos a utilização da aliança de compromisso como forma de externalizar
relacionamentos e sentimentos. O que muitos não percebem é a estratégia
ardilosa de satanás para gerar legalidade no princípio do “pacto inquebrantável”
da aliança. Muitos casais optam por utilizar a “aliança de compromisso” com
pouquíssimo tempo de relacionamento, tempo insuficiente para conceber a
concretização da certeza de um casamento ao final. O namoro conforme se
conhecia está “fora de moda” e atualmente muitos começam e terminam relacionamentos
como se começa e termina um passeio. A questão é que durante este período, onde
a vontade de Deus nem sempre foi consultada, uma aliança é colocada no dedo do
casal, como forma de estabelecer um “compromisso” entre as partes. Até aqui
tudo bem, o problema só surge quando por algum motivo termina-se o namoro.
Vamos ver o que diz o Salmista Davi para compreender melhor:
Salmo 89:34 – “Não
violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios”. Salmo 89:28 – “Manterei
o meu amor por ele para sempre, e a minha aliança com ele jamais se quebrará”. Veja o que diz Hebreus 13:20 – “O
Deus das paz que pelo sangue da “aliança eterna” trouxe de volta dentre os mortos
o nosso senhor Jesus, o grande pastor de ovelhas. Perceba que o salmista fala claramente sobre “não violar a
aliança”, “manter a aliança”. Já Hebreus chama a aliança de “eterna”. Tudo isto
nos leva a compreender que uma aliança não pode ser quebrada nem esquecida. De
certa forma é isto que acontece ao se romper uma “aliança de compromisso”. A
união entre homem e mulher simboliza a união entre Deus e a Igreja. Quebrar esta
aliança de forma tão corriqueira como se vê nos dias atuais e desvalorizar a aliança
entre Deus e a sua criação.
Os efeitos são claros e podemos verificar em Jeremias 11.10.11 - Eles
retornaram aos pecados de seus antepassados, que recusaram dar ouvidos às
minhas palavras e seguiram outros deuses para prestar-lhes culto. Tanto a
comunidade de Israel como a de Judá quebraram a aliança que eu fiz com os
antepassados deles". 11 Por isso, assim diz o Senhor: "Trarei sobre eles uma desgraça da qual não poderão escapar. Ainda que
venham a clamar a mim, eu não os ouvirei. Um casal que cria o habito de utilizar alianças de compromisso e
retirá-las em todos os seus relacionamentos gera o princípio de legalidade para
o inimigo nos acusar e bloquear as nossas bênçãos. De fato, não sou totalmente
contra a utilização da aliança de compromisso. Entendo que a sua utilização é
absolutamente aceitável quando o casal possui plena convicção dos seus
objetivos diante de Deus de unirem-se em casamento. Sendo assim, o parâmetro
adotado em nosso ministério é só autorizar a utilização de alianças após o
mínimo de “12 meses de namoro”, tempo suficiente para averiguarem se os seus
propósitos estão ligados aos propósitos de Deus.
Avalie
seus conceitos em torno da aliança, e procure valorizar ao máximo este
simbolismo, pois ele certamente vai bem mais além de um simples adereço podendo
gerar muitas bênçãos sobre a sua vida, se utilizado corretamente, diante de
Deus e diante dos homens.
pr. altamir de souza
Na Visão de Multidões!
Shalom Aleichem, Aleichem Shalom
A paz seja convosco, convosco esteja a paz
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