Na
maioria das igrejas cristãs encontra-se uma grande dificuldade em tratar a
respeito dos assuntos referentes a sexualidade do ser humano. Ao longo dos
séculos a própria igreja se encarregou de transformar este assunto em algo
proibido de comentar entre as paredes das igrejas. Durante todo este tempo casais
sofreram e ainda sofrem em casa com suas dificuldades, sem saber o que é
certo ou o que é errado no seu relacionamento. Ao instaurar tamanho impedimento
a respeito da sexualidade humana o cristão acabou por torná-la uma ferramenta
de grande utilização do inimigo que se encarregou de "explicar" à sua
maneira o que é e como é a sexualidade humana.
Não
é raro, ao perguntarmos para jovens e até mesmo adultos sobre "quem
inventou o sexo" e ouvirmos a seguinte resposta: Satanás, ou ainda "a
serpente no Jardim do Eden", dando ao contexto sexual da vida do homem um
caráter absolutamente mundano. Certa vez em uma palestra para casais ouvi a
seguinte frase: Deus inventou o amor, o diabo inventou o sexo. Esta versão
fundamentalista porém, sem base bíblica surgiu a partir do momento em que se
associou o relacionamento sexual entre homem e mulher ao pecado, sem avaliar as
hipóteses em que este ato realmente se torna pecado. Desta forma, ao
generalizar a situação, todos passaram a dizer: "Somos frutos do
pecado", como se a relação sexual entre homem e mulher representasse de
fato o próprio pecado.
Este contexto é absolutamente fora de
propósito, bastando para isto, ler o capítulo
3 de Genesis, onde encontramos “A
tentação de Eva e a queda de homem”. A partir do momento em que o homem cedeu a
tentação de experimentar o fruto proibido pelo Senhor, passou a ter consciência
de certo e errado, e consequentemente do que é pecado. Todos nós somos
descendentes de Adão e Eva, o que nos faz descendentes de um casal “pecador”, e
tornando-nos pecadores por consequência, circunstância e também descendência.
Abaixo,
uma série de questões para elucidar o seu entendimento a respeito da sexualidade
do homem, baseada nas principais dúvidas e questionamentos que encontrei em
palestras para casais e jovens.
O
homem bíblico era diferente?
O
homem foi criado tal e qual é nos dias de hoje, sendo assim homem e mulher
nasceram para reproduzir através do relacionamento sexual, cuja consumação é a maior
expressão física possível de amor e afeto, simbolizando entre outras coisas a
máxima confirmação física do princípio de unicidade (uma só carne) encontrado em
Gênesis 2.24.
Gênesis
(Bereshit) é um livro de certa forma contundente, pelo fato de reproduzir a
história escrita milhares de anos após o seu acontecimento. Somente nos
primeiros capítulos de Gênesis remontam-se praticamente 50% dos anos contáveis
na bíblia. Ao dirigir as mãos de Moisés em Genesis
1.27 o Senhor assim escreveu – “E
criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os
criou”. O versículo demonstra que, desde o princípio a raça humana foi
criada de forma sexuada. Em termos bem simples isto significa a necessidade de duas
células reprodutoras: Um espermatozoide e um óvulo unindo-se para formar um
novo organismo, semelhante aos dois primeiros que o conceberam. Não se
encontrará um homem com óvulos, nem uma mulher com espermatozoides e os dois
sempre vão completar um ao outro no ato reprodutivo. A “multiplicação” da raça
humana está, desde o seu princípio, projetada para acontecer mediante o
relacionamento sexual entre homem e mulher. Este ato sexual, por si, representa
um momento de êxtase e profunda emoção, cujo resultado é um sentimento de
felicidade plena, conhecido por “orgasmo”. Assim como todas as outras sensações
e sentimentos do corpo humano o orgasmo estava programado no corpo do homem
muito antes da sua corrupção. Deus criou esta sensação como forma de coroar o
momento máximo de união entre homem e mulher. Nós somos seres sexuais cuja
plenitude se revela no prazer e na procriação. Ao lermos Cantares podemos
compreender a maneira como Deus projetou os nossos corpos para este momento,
refutando toda e qualquer tentativa de manchar o relacionamento sexual com
tintas de pecado. Isto, é claro, se preservados os preceitos de moral,
fidelidade, bons costumes, cristandade, respeito mútuo e etc., só obtidos
mediante o estudo da palavra de Deus e a obediência aos seus mandamentos.
Deus
construiu o corpo do homem
Genesis 2.7 diz – “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego
de vida; e o homem foi feito alma vivente”. Deus é o projetista do
universo. Antes de formar o mundo Ele o projetou e antes de formar cada um dos
seres viventes Ele também os projetou. Ao homem porém foi dado um cuidado
especial: Em todas as passagens anteriores onde vemos a formação dos outros
seres viventes o Senhor diz: “Haja luz” e ouve luz, “produza a terra erva verde”,
e desta forma aconteceu, e assim sucessivamente, porém ao chegar na criação do
homem, o próprio Deus o fez a partir do pó da terra. Deus, projetou todas as
outras coisas e ordenou simplesmente que surgissem, mas o homem Deus projetou e
“modelou” com o barro. Cada órgão, osso, fios de cabelo, pelos e etc., foram
rigorosamente modelados pelo Senhor tal e qual como somos atualmente, com
órgãos sexuais. Não há motivos para temer falar sobre isto pois é a mais pura
verdade: Desde o princípio o próprio Deus nos modelou completos tal e qual
somos hoje.
Somos seres reprodutores
Deus
deu uma ordem ao homem e a mulher: “Sejam
férteis, multipliquem-se e encham a terra” (Genesis 1.28). Ainda há, nos dias de hoje, pessoas incapazes de
compreender este texto. É obvio que o “sejam férteis” refere-se a um processo
de reprodução, e a reprodução não ocorre se não houver fecundação, e esta seria
impossível, naquela época, se não fosse pela relação sexual entre o homem e a
mulher. O Senhor nos criou reprodutores, dando-nos a missão de continuar a sua
obra. Um casal “projeta” seus filhos, que são “moldados” conforme à sua imagem
(filhos parecidos com os pais) e os produzem, mediante a fecundação e a evolução
do feto na barriga da mulher. Isto por si só, demove a ideia do sexo impuro ou
pecaminoso. O sexo é a forma “estabelecida por Deus” para a multiplicação da
raça humana na face da terra. Como poderia então ser sujo, perverso ou errado?
Esta concepção só se torna verdadeira quando é sexualidade é abordada à luz do
mundanismo, onde a idolatria ao corpo e ao prazer atropelam de forma criminosa
a adoração ao criador.
Seria errado sentir atração sexual?
O
que leva um homem e uma mulher a ficarem juntos, casarem-se e terem seus filhos
parte do princípio da atração. Atração é uma força maior capaz de tirar um
determinado corpo de um lugar e movê-lo para outro. A tal lei da Gravidade
(atração) descoberta por Newton está na bíblia desde o princípio. Veja-a em Gênesis 2.24 – “...deixará o homem a seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher”. Para
deixar seu pai e sua mãe é necessário haver a “atração” do homem pela mulher. O
processo de atração instaurado no corpo do homem da mulher é um sistema complexo formado por
diversas etapas: Empatia, amizade, atração (não necessariamente nesta mesma
ordem), paixão e amor. Este é o processo “gravitacional” do amor, onde alguém
passa a sentir uma “força maior” capaz de atraí-lo(a) em direção ao outro(a). A
mulher foi criada para o homem, tal e qual o homem foi criado para a mulher. Sentir
atração é um processo natural, absolutamente livre de qualquer tipo de culpa em
termos espirituais. Adão ao ser chamado para dar nome a todos os seres vivos na
terra, ficou sem par. Deus lhe providenciou uma ajudadora, extraída do seu próprio
corpo e por este motivo ele exclamou – “Esta
é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne... (Gn 2.23). Efésios 5.28 diz claramente – “Assim, devem os maridos amar a suas “próprias”
mulheres, como a seus próprios corpos...”.
Atualmente
ainda não se conseguiu explicar totalmente o processo de atração entre homem e
mulher. Alguns homens são atraídos por mulheres inteligentes, outros por
mulheres bonitas (e antes que me chamem de machista, é claro que há mulheres
lindíssimas e inteligentes), e da mesma forma acontece com as mulheres. Isto
acontece porque este processo de fato não é humano e sim espiritual. Não se
pode explicar atração somente pela beleza e sim por uma série de fatores
espirituais, psicológicos e sociais que em conjunto formam uma força impossível
de ser suportada, fazendo um corpo desligar-se de uma família e formar outra,
gerando novos filhos e novas famílias onde tudo irá repetir-se novamente.
Nudez é pecado?
Certa
vez em uma palestra conheci um Senhor de aproximadamente 50 anos. Após a
explanação da última palestra do encontro ele me procurou e me fez uma afirmação
e uma pergunta: “Pastor, sou casado há 23
anos e tanto eu como minha mulher evitamos ficar nus um na frente do outro. Eu
gostaria de saber se estou certo ou errado na minha atitude”. Minha
resposta foi basicamente o texto que segue: A nudez antecede o pecado do homem.
Genesis 2.25 diz – “E ambos (homem e mulher) estavam nus, o
homem e a sua mulher, e não se envergonhavam”. O versículo mostra o
contrário do entendimento cristão. Adão não utilizava roupas antes de conhecer
o pecado e da mesma forma, Eva também não. O corpo humano é uma escultura feita
por Deus para glorificar a sua existência em todos os sentidos. Diferente do
que geralmente se entende a roupa é que significa pecado. Veja o que diz Gênesis 3.7 – “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e
coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais”. Perceba que
somente após o pecado, o homem sentiu a necessidade de utilizar roupas. Sendo
assim, a nudez representa o estado de “pureza” no qual fomos concebidos e as
roupas, a “sujeira” na qual fomos colocados após conhecermos o pecado. Neste sentido
o “conhecer” significa “tomar partido ou participar”.
Ao
longo dos anos satanás investiu no processo de inversão dos valores, conforme é
a sua estratégia, para transformar a nudez em uma visão pecaminosa. A palavra
de Deus, conforme mostramos, diz exatamente o contrário, dando ao “marido” e a “esposa”,
liberdade neste sentido. O homem não pode sentir vergonha de sua nudez diante
de sua esposa e nem a esposa em relação ao seu marido pelo fato de ambos terem
sido integrados ao princípio de “uma só carne” a partir do casamento. Sentir
vergonha do esposo ou esposa é exercer um padrão de aversão ao próprio corpo,
posto que amos pertencem um ou outro, são ossos dos mesmos ossos e pele da
mesma pele.
Para terminar
Espero
ter demonstrado uma forma diferente e pura de compreender a sexualidade e
alguns dos seus entendimentos. Deus nos criou para sermos felizes na plena
união do casamento. Não permita que o inimigo utilize falsas informações e
conceitos para deturpar a sua mente e prejudicar a sua vida de casal.
pr. altamir de souza
Na Visão de Multidões!
Shalom Aleichem, Aleichem Shalom
A paz seja convosco, convosco esteja a paz
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